quarta-feira, 22 de junho de 2016

Fala que eu te escuto...


Certamente já falamos ou ouvimos essa frase (título), ou alguém já soltou em um tom de brincadeira.
Nem imaginei que o dia de hoje (21/06/16) renderia um post com essa abordagem.

Levantei às 04:30 hs tinha algo para resolver em outra cidade, precisava chegar cedo pela quantidade de pessoas e o tempo de espera, assim foi feito.
Nessa de espera, espera, esperaaaaaaaaaaa horas, pensamentos emudeceram, livro foi fechado e comecei a fazer algo que gosto muito quando estou em um lugar que não conheço ninguém.
 Comecei mais uma vez a conversar, conhecer histórias de pessoas que estavam ali por motivos diferentes mas razões semelhantes.
Gentemmm em cada abordagem uma história, outra história e pra se emocionar mesmo.

Uns com uma alma leve, que aproveitou e aproveita a vida de uma forma lúdica demais. E foram tantasssssss risadas, me senti amiga de infância, parecia caminhar nas ruas de sampa, me senti conhecer tantos outros lugares por aqui.

Outro com casamento desgastado, baixa auto estima, e até coação/ameaça.
Uma logo ali que contou que estava com a neta de nove anos no hospital em estado gravíssimo (motivo bala perdida).
Enxuguei as lágrimas da Claúdia com uma história de abandono pelos pais, criada por outra família de estrutura zero, até a convidei para vir em casa, telefonar.
Observei uma senhora enquanto ouvia uma palestra se emocionar, enxugar as lágrimas no bom e velho lenço de tecido.
Outra história que me encantou foi a da Maria, que se separou, se viu em uma situação tão precária com o filho, foi presenteada com um novo amor que de certa forma cicatrizou sua alma e ela resgatou a alma dele (antes sucateada por ele próprio), adoreiiii essa história.

Adoraria ter fotografado cada um depois desses contos e prosas, mas não lembrei desse detalhe.

Me fez bem estar ali desconectada, mas ao mesmo tempo conectada de uma forma e da forma que realmente mexe com o ser humano.
Precisamos sinceramente nos ouvir mais.
Sou privilegiada por ter amigos que me cedem tanto seus ouvidos, lábios e olhos...sou grata.
Hoje me dei conta realmente o quanto é bom ter alguém que nos escute, e pra ser super sincera,  não precisa falar nada, apenas ouvir.
Estando na posição de ouvinte, hoje voltei a minha pessoa e aquelas lágrimas alheia, me fizeram mergulhar (em mim).
 É um alívio contar o que sufoca e assim o que ali nos liberta.

Doe, doe seu tempo para ouvir alguém.
Parecia que estava fazendo um bem para o outro (e realmente fez) mas o bem maior e sem planejar hoje foi feito pra mim.
Minha gratidão hoje a estes que talvez eu jamais veja novamente, mas que certamente mudaram um tanto de coisa aqui dentro.

Tenho uma amiga que a chamo de dinda, a Elaine (amiga de colégio, de paqueras iguais, de heavy metal rs e minha grande dinda de fé) ela costuma dizer por me achar em um casulo com receio e medo do mundo:
"Permita-se, abra-se um pouco para o mundo."
Laine hoje foi um desses dias.

Obrigada!!!